quinta-feira, 21 de maio de 2009

Musicalização infantil para crianças de 2 a 6 anos

(Recebi este texto por e-mail)

Texto extraído da apostila "Musicalização infantil para crianças de 2 a 6 anos" - Leila Sugahara


"Não existe idade mínima para começar a educação musical. Hoje em dia, muitos falam da importância do estudo da informática, do inglês, da natação, desde a mais tenra idade, pois estudos mostram que o cérebro precisa de estímulos para se desenvolver e se formar. Isso não quer dizer que "forçamos" a criança a aprender precocemente (numa espécie de corrida contra o tempo), e sim que quanto antes o estímulo é dado, mais instrumentalizada e preparada para etapas posteriores ela estará, desde que respeitadas as fases de evolução da criança.

De acordo com várias pesquisas, os bebês conseguem "ouvir", dentro do útero materno, o que se passa do lado de fora, como sons do meio ambiente, música, vozes, além de ruídos internos, como por exemplo: os batimentos cardíacos da mãe. Portanto a musicalização começa instintivamente, podendo ser estimulada através de canções, do conversar com o bebê, ou colocando-se música no aparelho de som.

A música se faz presente em todas as manifestações sociais e pessoais do ser humano desde os tempos mais remotos. Antes mesmo da descoberta do fogo, o Homem já se comunicava através de gestos e sons rítmicos. Da China ao Egito, passando pela Índia e a Mesopotâmia, os povos atribuem poderes mágicos à música. Ela faz parte das cerimônias religiosas. A linguagem musical antecede a fala. Em todas as civilizações, costuma-se embalar e acalentar os bebês com cantos e movimentos. Isso mostra a universalidade da linguagem musical, tanto sob o aspecto emocional quanto social.O desenvolvimento musical da criança é, em linhas gerais parecido com o desenvolvimento da música na história (com base na etnomusicologia). Portanto a vivência musical deve começar cedo, partindo de canções e brincadeiras primitivas, em direção a estruturas complicadas."

"... Músicas, histórias, danças, pintura, desenho, dobradura, CD-Rom,sucatas, tudo pode e deve servir como estímulo e recurso pedagógico. O que reforça também,a "Teoria das Inteligências Múltiplas", elaborada a partir dos anos oitenta por pesquisadores da Universidade de Haward, liderados pelo psicólogo Howard Gardner. Ela sustenta que cada indivíduo possui diversos tipos de inteligência que podemos chamar de dons ou habilidades, contestando a idéia comum de que inteligência é sobretudo a capacidade lógica-matemática.Assim, a musicalidade, como um tipo de inteligência, pode ser usado como rota secundária, isto é, pode ajudar no desenvolvimento de uma outra inteligência, como a matemática (habilidade para o raciocínio dedutivo), a lingüística (habilidade para lidar com palavras) ou a espacial (orientar-se entre objetos), entre outras.

Acredito que o processo de educação musical deste fim de século, na era da multimídia, deva ser flexível e adaptável à cada realidade social, respeitando-se as fases evolutivas da criança, sendo multidisciplinar e com objetivos claros e precisos, preparando seres humanos capazes de criar, realizar e vivenciar emoções. "


Howard Gardner

Psicólogo americano é o autor da teoria das inteligências múltiplas.
Howard definiu 7 inteligências a partir do conceito que o ser humano possui um conjunto de diferentes capacidades. São elas:

LÓGICO-MATEMÁTICA - está associada diretamente ao pensamento científico ao raciocínio lógico e dedutivo. Matemáticos e cientistas têm essa capacidade privilegiada
LINGÜISTICA - está associada à habilidade de se expressar por meio da linguagem verbal, escrita e oral. Advogados, escritores e locutores a exploram bem.
ESPACIAL - está associada ao sentimento de direção, à capacidade de formar um modelo mental e utilizá-lo para se orientar. É importante tanto para navegadores como para cirurgiões ou escultores.
CORPORAL-CINESTÉSICA - está associada aos movimentos do corpo que pode ser um instrumento de expressão . Dançarinos, atletas, cirurgiões e mecânicos se valem dela.
INTERPESSOAL - está associada à capacidade de se relacionar com as pessoas. De entender as intenções e os desejos dos outros e, conseqüentemente, de se relacionar bem com eles. É necessária para vendedores, líderes religiosos, políticos e, o mais importante, professores.
INTRAPESSOAL - está associada à capacidade de se estar bem consigo mesmo, de conseguir administrar os próprios sentimentos, de se conhecer e de usar essas informações para alcançar objetivos pessoais.
MUSICAL - está associada à capacidade de se expressar por meio da música, ou seja, dos sons organizando-os de forma criativa a partir dos tons e timbres.

Gardner atualmente estuda numa oitava inteligência, chamada NATURALISTA, que está associada à capacidade humana de reconhecer objetos na natureza.

O fundamental não é quantas inteligências temos, mas o desenvolvimento de todas elas segundo nossas aptidões.

Nílson José Machado, professor do Departamento de Metodologia da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), acredita que Gardner não aprofundou seus estudos. "Houve apenas um espraiamento horizontal." Apesar disso, ele reconhece que a discussão em torno da teoria trouxe alertas importantes para quem trabalha com educação. "A escola deve considerar as pessoas inteiras e valorizar outras formas de demonstração de competências além dos tradicionais eixos lingüístico e lógico-matemático", afirma.

Os novos paradigmas para a educação determinam que os alunos são os construtores do seu conhecimento. Neste processo a intuição e a descoberta são elementos fundamentais para a construção do conhecimento. Neste novo modelo educacional o aluno deve ser considerado como um ser total que possui outras inteligências além da lingüística e da lógica-matemática, que devem ser desenvolvidas e o professor deve ser um facilitador do processo de aprendizagem, e não mero transmissor de informações prontas.

Então, na escola, o professor deve propor o estudo de um tema de mais de uma maneira, facilitando a construção do conhecimento por aqueles que tem mais facilidade de construir utilizando-se de aspectos da inteligência que não somente os lingüísticos e matemáticos, que normalmente são os enfocados e valorizados nas escolas.

Daniel Goleman, psicólogo americano afirma que o controle das emoções é o fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. Inteligência Emocional é uma teoria que redefine o que é ser inteligente e o quanto a emoção interfere no desenvolvimento da inteligência. É um novo caminho em busca do equilíbrio entre o intelectual e o emocional.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
LIMA, Lauro - Piaget para principiantes
FERREIRO, Emilia - Reflexões sobre alfabetização
TEBEROSKY, Ana - Construccion de escrituras através de la intercacción grupal

2 comentários:

  1. Olá Sara,
    Fiquei feliz ao encontrar um artigo meu em seu blog. Caso tenha interesse, acesse o site que estou organizando: www.rededuc.com
    Você encontrará diversos artigos, filmes, jogos e sugestões de materiais sobre Educação e Psicologia da Educação, com espaço privilegiado para Educação Musical.
    Um grande abraço, Leila Sugahara.

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  2. TIA SARA ADOREI OS VIDEOS. ABRAÇOS CELLE (FILHA DO MARCELO E DA FRANÇOISE)

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