domingo, 17 de maio de 2015

Alucinações musicais- Oliver Sacks

Em 2011 descobri esse livro e quando vi fiquei tentando imaginar como uma pessoa não conseguiria reconhecer uma melodia como música, e iria entendê-la como puro e simples barulho. Finalmente comprei o bendito livro (foi o presente de aniversário que dei a mim mesma!) e descobri como essas pessoas que possuem amusia se relacionam com a música. Bom, o autor, Oliver Sacks, não relata apenas os que não entendem música, mas também casos de pessoas que entendiam até demais.

Aqui no blog, a cada semana, irei postar alguns trechos do livro, que é dividido em quatro partes. Os posts também serão divididos em quatro partes, com trechos que contemplem cada uma delas. Se tiverem oportunidade, não deixem de comprar o livro. É muito, muito bom!


Por hora, só pra deixar vocês com água na boca, uma vontadezinha de saber o que está por trás dessa linda capa (que, particularmente, eu gostei muito), vou escrever alguns trechos do prefácio da obra.

"Ouvir música não é apenas lago auditivo e emocional, é também motor. 'Ouvimos música com nossos músculos', Nietzsche escreveu. Acompanhamos o ritmo da música, involuntariamente, mesmo se não estivermos prestando atenção a ela conscientemente, e nosso rosto e postura espelham a 'narrativa' da melodia e os pensamentos e sentimentos que ela provoca."

"A imaginação de uma música, mesmo nas pessoas relativamente não musicais, tende a ser notavelmente fiel não só ao tom e ao sentimento do original, mas também à altura e ao ritmo. (...) O fato é que o nosso sistema auditivo, nosso sistema nervoso, é primorosamente sintonizado para a música."

"Mas esse maquinário prodigioso- talvez por ser tão complexo e altamente desenvolvido- é vulnerável a várias distorções, excessos e panes. A capacidade de perceber (ou imaginar) música pode ser prejudicada por algumas lesões cerebrais, e há muitas formas e amusia desse tipo. Por outro lado, a imaginação musical pode tornar-se excessiva e incontrolável, levando a incessantes repetições de músicas que não saem da cabeça, ou até a alucinações musicais."

"A música pode nos acalmar, animar, consolar, emocionar. pode nos ajudar a obter organização ou sincronia quando estamos trabalhando ou nos divertindo. mas para pacientes com várias doenças neurológicas ela pode ser ainda mais poderosa e ter imenso potencial terapêutico."

E a música é assim. Passeia sem licença pelo nosso corpo, provocando transformações e sendo transformada.

Aguardem os próximos posts sobre o livro!